De acordo com especialistas, a poltrona 11A, onde sobrevivente estava, não é o local mais seguro em um avião, contrariando especulações de internautas
O britânico de origem indiana Vishwash Kumar Ramesh foi o único sobrevivente da queda do Boeing 787 Dreamliner da Air India, ocorrida na quinta-feira, 12, em uma área residencial de Ahmedabad, na Índia. O desastre aéreo matou todas as outras 241 pessoas a bordo e causou, ainda, a morte de pelo menos 24 pessoas no solo.
Vishwash, de 40 anos, foi encontrado mancando pelas ruas, desorientado e cercado por destroços da aeronave e corpos de ageiros — entre eles, o de seu próprio irmão.
Curiosamente, o assento onde ele estava, a poltrona 11A, não figura entre os considerados mais seguros por especialistas em aviação, contrariando especulações nas redes sociais de que ele teria sobrevivido por estar em uma área "privilegiada" da aeronave.
De acordo com o portal Extra, estudos indicam que os assentos localizados na parte traseira da aeronave e próximos às saídas de emergência tendem a oferecer maior chance de sobrevivência. No entanto, a posição exata do ageiro em relação ao impacto, a estrutura da aeronave e a dinâmica do acidente são fatores cruciais para determinar quem sobrevive.
Segundo Daniel Kwasi Adjekum, especialista em segurança da aviação da Universidade da Dakota do Norte (EUA), a posição do assento só é determinante dentro do contexto específico de cada acidente. Já um estudo da Universidade de Greenwich, de 2008, aponta que ageiros sentados a até cinco fileiras de uma saída de emergência têm mais chances de escapar.
Do leito hospitalar, Vishwash contou à emissora estatal DD News que tudo aconteceu muito rápido. "Menos de um minuto após a decolagem, de repente parecia que algo ficou preso. Percebi que algo tinha acontecido, e então as luzes verdes e brancas do avião acenderam. Depois disso, o avião parecia ter acelerado, indo direto em direção ao que depois descobri ser um alojamento de hospital. Tudo estava visível diante dos meus olhos quando o impacto aconteceu", relatou.
"No início, eu também achei que fosse morrer, mas então abri os olhos e percebi que ainda estava vivo. Vi a comissária de bordo, senhoras e senhores todos à minha frente. Soltei o cinto de segurança e tentei escapar, e consegui. Acho que o lado em que eu estava não ficou voltado para o alojamento. O lugar onde eu caí estava mais próximo do chão, havia espaço. Quando minha porta quebrou, vi que havia um espaço e pensei que poderia tentar sair por ali", contou o sobrevivente.
