Egito surpreendeu amantes da arqueologia ao anunciar a descoberta da tumba de um faraó da 18ª dinastia; confira detalhes
Redação Publicado em 19/02/2025, às 12h12 - Atualizado às 12h15
O Egito surpreendeu os amantes de arqueologia nas últimas horas com o anúncio da descoberta da tumba do faraó Tutemés II, da Décima Oitava Dinastia do Egito Antigo.
A descoberta é de suma importância, afinal, este era considerado o último dos túmulos perdidos dos monarcas da XVIII Dinastia do Antigo Egito, que governou por mais de duzentos anos entre aproximadamente 1550 a.C. e 1292 a.C. Além disso, é a primeira sepultura real egípcia encontrada desde que o local de descanso final do rei Tutancâmon foi descoberto em 1922.
Uma missão arqueológica conjunta entre Egito e Reino Unido localizou o túmulo de Tutmés II na região de Tebas, a oeste de Luxor, nas proximidades do Vale dos Reis, informa a CBS News.
O anúncio foi feito pela equipe e pelo Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito. Através do perfil oficial no Facebook, o órgão confirmou a identificação do local como o do Rei Tutemés II durante as escavações que se concentravam anteriormente em uma estrutura conhecida apenas como túmulo No. C4.
A entrada principal e o corredor do túmulo foram descobertos em 2022, e os trabalhos internos avançaram desde então.
Mohamed Ismail Khaled, Secretário-Geral do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, comentou que quando a missão encontrou pela primeira vez a entrada e o corredor principal quase três anos atrás, havia a hipótese de que o local poderia pertencer a uma das esposas reais, dado sua proximidade com os túmulos das esposas do rei Tutemés III e da rainha Hatshepsut.
A última foi inicialmente preparada para ser enterrada como esposa real antes de se tornar governante do antigo reino, acabando por ser sepultada no Vale dos Reis devido à sua ascensão ao trono.
Com a continuidade das escavações e análises de artefatos, novos indícios surgiram, identificando o proprietário enigmático do túmulo como sendo Tutemés II.
Khaled explicou que partes de vasos de alabastro encontrados nas ruínas continham inscrições com o nome de Tutemés II e o identificavam como "o rei falecido", além da menção à sua esposa, Hatshepsut. Esses pequenos detalhes contribuíram para confirmar Tutmés II como o dono do túmulo.
A descoberta foi classificada por Khaled como uma das mais significativas nos últimos anos. Os artefatos encontrados são valiosas adições ao conhecimento histórico sobre a região e o reinado de Tutmés II.
A múmia de Tutmés II já havia sido localizada no século XIX em outro sítio arqueológico conhecido como Cachette de Deir el-Bahari, onde foi provavelmente levada séculos após ter sido saqueada por ladrões de tumbas, conforme informações do recente Museu Nacional da Civilização Egípcia. Atualmente, sua múmia está em exibição ao lado das de outros antigos soberanos no museu.
O estado de conservação do túmulo é considerado precário devido à exposição a inundações logo após a morte de Tutmés II. Mohamed Abdel Badie, chefe do Setor de Antiguidades Egípcias no Conselho Supremo de Antiguidades e líder da equipe egípcia envolvida na escavação, afirmou que estudos iniciais também indicam que muitos dos conteúdos originais do túmulo foram transferidos para outro local após as inundações antigas.
Abdel Badie relatou ainda que foram encontrados resíduos de argamassa no interior do túmulo com vestígios de inscrições azuis e estrelas amarelas, além de fragmentos do livro "Imydwat", um dos mais importantes textos funerários encontrados em tumbas egípcias antigas, elaborado para auxiliar os falecidos em sua jornada pelo submundo.
Piers Litherland, líder da equipe britânica no local, destacou que o túmulo apresenta um design arquitetônico simples, característico das escolhas feitas pelos governantes sucessores do faraó.
Litherland concluiu informando que a missão continuará seu trabalho investigativo para tentar determinar onde os restantes dos itens do túmulo de Tutemés II foram relocados e descobrir outros segredos que podem estar ocultos há milênios.
