Forte candidato no Oscar 2025, 'Sing Sing' é um drama emocionante sobre um programa de teatro prisional americano; confira!
Publicado em 12/02/2025, às 20h00
Apresentado pela primeira vez em 2023 em festivais de cinema pelo mundo, o filme 'Sing Sing', um candidato de destaque no Oscar 2025, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 13.
Estrelado por Colman Domingo e dirigido por Greg Kwedar, o longa acompanha a história de um homem condenado injustamente que redescobre o propósito de sua vida quando ingressa um grupo de teatro composto por detentos.
"Preso por um crime que não cometeu, Divine G (Colman Domingo) encontra um propósito ao atuar em um grupo de teatro junto com outros detentos, incluindo um novato desconfiado", destaca a sinopse. Este novato, Clarence Maclin (interpretado pelo ator de mesmo nome) abala a dinâmica de todo o grupo, levando cada integrante a encarar suas histórias pessoais e utilizar da comédia como forma de superar suas angústias.
Um fato relevante sobre o filme é que é parcialmente inspirado em uma história real, com atores interpretando versões fictícias de si.
Isso porque o elenco de 'Sing Sing' é composto quase em sua totalidade por ex-presidiários que participaram do Rehabilitation Through the Arts (RTA), o programa de teatro prisional que opera em prisões de segurança máxima nos EUA — incluindo a Sing Sing Correctional Facility de Nova York.
Confira a seguir 5 curiosidades sobre a história real que você precisa saber antes de assistir ao filme:
Como já mencionado, o elenco é majoritariamente composto por ex-presidiários — exceto por Colman Domingo, Paul Raci e Sean San José — que participaram do programa de teatro enquanto estavam presos. Dessa forma, como contou Domingo à People, a narrativa "é real, mas não é real". "Todos nós lutamos com isso juntos", acrescenta.
Também à People, Maclin, que interpreta uma versão de si mesmo no filme, comentou: "usei muitos exemplos que testemunhei durante minha prisão, comportamentos que vi".
Greg Kwedar, diretor do filme, e seu corroteirista, Cling Bentley, começaram a trabalhar no que se tornou 'Sing Sing' há oito anos, quando produziram um curta-documentário que os levou para dentro de uma prisão no Kansas.
"Foi a minha primeira vez atrás dos muros", relembrou. "Havia um jovem criando um cão resgatado dentro de sua cela. Isso me fez parar de repente porque acabou completamente com todas as minhas expectativas da prisão". Ele ainda acrescenta que, na época, percebeu que "a cura estava acontecendo em ambas as direções", o que o inspirou a pesquisar mais sobre programas de reabilitação prisional, e o levou a conhecer o programa de reabilitação e vários de seus ex-alunos.
No presídio em que o filme se a, o Sing Sing, o programa foi inserido em 1996 e "começou com um grupo de homens que só queriam ter voz", disse Sean "Dino" Johnson, um membro fundador e atual membro do conselho de organização, que atua no filme como uma versão de si.
"Eu era introvertido. Não era um comunicador eficaz. E fazer parte das artes me deu vocabulário, me deu uma sensação de compreensão das outras pessoas, nos ensinou a trabalhar juntos, e começamos a aprender uns com os outros".
"Esperamos que este filme forneça um caminho de cura para todos", conta também Jon-Adrian “JJ” Velazquez, que atua no filme e foi preso injustamente por quase 24 anos. "Se pudermos fazê-lo no maior palco, onde as pessoas realmente estão ouvindo, então estamos transmitindo essa mensagem".
Uma figura crucial para a construção da narrativa foi John "Divine G" Whitfield (interpretado por Domingo), que serviu como consultor criativo para o roteiro ao lado de Clarence Maclin.
Além disso, nos sets também estava presente Brent Buell, inspiração real para o personagem de Paul Raci, que montou a peça "Breakin' the Mummy's Code", e que participou do programa de reabilitação.
Raci, inclusive, contou à revista People sobre as três semanas de filmagens que ou com a equipe em uma prisão não utilizada, não muito longe de Sing Sing: "a gravidade da situação sempre esteve lá. Não estávamos em um set de Hollywood. Estávamos em um lugar real de encarceramento. [Mas] era um sentimento real de amor".
Esse sentimento, inclusive, é compartilhado por Domingo: "havia tanto amor, graça e generosidade [na colaboração]", ele diz. "Sim, nós delineamos papéis como ator, diretor, escritores, o que você quiser, mas todos nós realmente contribuímos para o que é".
