Empresário afirma que, apesar do prazo de 450 milhões de anos até o Sol tornar a Terra inabitável, a ocupação de Marte deve começar agora
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 12/05/2025, às 16h30
Para Elon Musk, o futuro da humanidade não pode depender exclusivamente da Terra. Em entrevista recente à Fox News, o fundador da SpaceX e CEO da Tesla declarou que a única forma de evitar a extinção da vida humana é se tornar uma "civilização multiplanetária", começando com a colonização de Marte.
Esse é um dos benefícios de Marte: é um seguro de vida para a vida coletiva", afirmou.
Segundo Musk, o alerta vem da própria natureza: o Sol, seguindo seu ciclo natural de evolução estelar, se expandirá gradualmente até se tornar uma gigante vermelha. Estima-se que, dentro de 450 milhões de anos, o aumento da temperatura solar tornará a Terra inabitável, destruindo a atmosfera e evaporando os oceanos. "Eventualmente, toda a vida na Terra será destruída pelo Sol", declarou.
Apesar da longa escala de tempo, Musk acredita que é preciso agir agora para garantir a sobrevivência da espécie humana. E a principal aposta para isso é a nave Starship, da SpaceX, um veículo reutilizável projetado para transportar grandes cargas e pessoas até o planeta vermelho.
Em 2025, a Starship já realizou dois voos de teste. O segundo, em março, teve sucesso parcial: o foguete de propulsão Super Heavy funcionou conforme esperado, mas o módulo superior da nave explodiu menos de 10 minutos após o lançamento. A SpaceX se prepara para o nono voo, com motores testados, mas ainda sem data oficial.
Para tornar essa visão possível, a empresa está construindo uma megaestrutura no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, apelidada de Gigabay, uma espécie de "fábrica espacial" que será usada para montar e reformar as Starship. Com 80 metros de altura, as naves superam edifícios de 25 andares. A previsão é que a instalação esteja pronta até 2026.
Além disso, a SpaceX está reformando a histórica plataforma LC-39A, de onde a NASA lançou missões lunares, para viabilizar lançamentos da Starship ainda em 2025. Também estuda a reutilização da antiga base SLC-37, da era Apollo, como forma de aumentar a frequência de voos e facilitar o transporte de equipamentos e combustíveis para Marte, com reabastecimento no espaço.
Antes disso, segundo o 'IG', a empresa precisa concluir análises de impacto ambiental, exigência das autoridades americanas para qualquer nova atividade de lançamento na região.
A missão de Musk é ambiciosa e de longo prazo, mas, segundo ele, não há outra alternativa: "Se quisermos garantir o futuro da vida como a conhecemos, precisamos começar agora".
