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Robert Rand recorda cobertura do caso e da prisão dos irmãos Erik e Lyle Menendez: "eram os principais suspeitos da morte de seus pais"
Publicado em 10/06/2025, às 17h00 - Atualizado em 12/06/2025, às 07h12
No início da década de 1990, as manchetes dos jornais norte-americanos mal falavam de outro assunto que não fosse o brutal caso da família Menendez, em que os irmãos Erik e Lyle — de 18 e 21 anos, respectivamente — assam os próprios pais, Jose e Kitty, na mansão em que viviam em Beverly Hills.
O crime ocorreu na noite de 20 de agosto de 1989, e logo chamou atenção devido à brutalidade das mortes. Em um primeiro momento, os irmãos Menendez alegaram que foram ao cinema e, quando chegaram em casa, se depararam com os pais brutalmente assassinados, o que poderia ser obra da máfia.
Porém, não demorou até que as evidências apontassem para eles — que foram presos em março de 1990; julgados entre 1993 e 1996; e condenados à pena perpétua.
No ano ado, o crime voltou a chamar atenção internacional com o lançamento de duas produções da Netflix, além de novas evidências que, inclusive, podem ajudar Erik e Lyle a sair de trás das grades. Muitos destes novos detalhes podem ser conferidos no novo livro 'Irmãos Menendez: Sangue de Família', lançado nesta semana pela Darkside Books.
O autor do lançamento é o jornalista americano Robert Rand. Um ícone da mídia impressa, televisiva e digital dos Estados Unidos, ele começou a cobrir esse caso brutal logo no dia seguinte aos assassinatos, 21 de agosto de 1989, para o Miami Herald.
Em entrevista recente e exclusiva ao Aventuras na História, o jornalista já ofereceu relatos inéditos sobre como foi estar na mansão dos Menendez poucos dias após os assassinatos.
Confira a seguir a segunda parte da entrevista, em que ele conta mais sobre como foi acompanhar o caso nos meses que se seguiram, com a suspeita caindo sobre Erik e Lyle, bem como a prisão inicial de ambos:
Quando os irmãos Menendez foram presos no início de março de 1990, não foi surpresa para o pequeno número de repórteres — eu e dois jornalistas do L.A. Times — que acompanhavam de perto a investigação da Polícia de Beverly Hills.
Em meados de dezembro de 1989, a tia dos irmãos, Marta Cano, me ligou para pedir que não usássemos o famoso retrato da família, fotografado no outono de 1988. A foto seria capa da revista de domingo quando minha biografia sobre Jose Menendez fosse publicada.
A Sra. Cano me contou que Erik e Lyle estavam saindo de um banco em Beverly Hills naquela manhã quando alguém ou por eles e disse: "Vocês são os próximos". Desliguei o telefone com Marta Cano e imediatamente liguei para Les Zoeller, o detetive-chefe da Polícia de Beverly Hills, responsável pela investigação do duplo homicídio.
Quando perguntei a Zoeller sobre o incidente, ele respondeu: "Que ameaças de morte?". Poucos minutos depois, Marta Cano, furiosa, me ligou de volta e perguntou por que eu havia contado à polícia sobre as ameaças. Não fazia sentido. Entrei para discutir tudo com meu editor, Tom Shroder. "Os irmãos fizeram isso", declarou ele. Discordei e expliquei minha posição.
Pouco tempo depois, liguei de volta para o detetive Zoeller e comecei a fazer perguntas mais diretas sobre os irmãos serem os únicos suspeitos na investigação. O detetive não respondeu diretamente à maioria das minhas perguntas, mas estava claro — lendo nas entrelinhas — que Erik e Lyle Menendez eram os principais suspeitos da morte de seus pais. Um dia antes do prazo final, acrescentamos alguns parágrafos à nossa matéria dizendo que os irmãos estavam sendo investigados seriamente pelo assassinato de seus pais.
Em 8 de março de 1990, dia da prisão de Lyle Menendez, eu estava almoçando em West Palm Beach com Marta Cano. O único assunto que discutimos naquele dia foi que o Departamento de Polícia de Boston estava prestes a prender os irmãos Menendez e acusá-los de ass os pais. Depois do almoço, ei por lá e vi meus pais, que aram metade do ano morando em um apartamento na Flórida.
Verifiquei minha secretária eletrônica — novamente, tecnologia de 1989 — e ouvi uma mensagem frenética da redação da cidade no Miami Herald: Lyle Menendez tinha acabado de ser preso em Beverly Hills e a Interpol estava procurando por Erik na Europa com um mandado de prisão (ele estava jogando um torneio de tênis em Israel). Decidi rapidamente dar a notícia a Marta Cano, que era planejadora financeira da Smith Barney, a poucos quarteirões do apartamento dos meus pais.
Quando me viu sair do elevador em seu escritório, o rosto de Marta Cano se fechou. Tínhamos ado o almoço inteiro conversando sobre como a polícia de Beverly Hills estava cercando os irmãos. Agora, Lyle estava sob custódia e, 48 horas depois, Erik se entregaria no Aeroporto de Los Angeles.
Depois de abraçar a tia Marta, voltei a Miami para escrever uma matéria de primeira página que sairia no dia seguinte no The Herald. Duas semanas depois, eu era um dos nomes de capa da revista People. A manchete da capa? "Assassinato em Beverly Hills: O assassinato brutal de Jose e Kitty Menendez com espingarda foi atribuído à máfia. Agora, a polícia diz que seus filhos fizeram isso — por dinheiro." Da noite para o dia, a história de Menendez virou sensação na mídia nacional e internacional. Beverly Hills. A indústria cinematográfica. Crianças matando seus pais.
Quando escrevi uma matéria de capa para a Playboy um ano após a prisão dos irmãos, a manchete dizia: "O assassinato de Jose Menendez: um crime brutal, uma família com segredos, a sombra da máfia, um psiquiatra com uma namorada de língua solta — Não é de se irar que Beverly Hills não pare de falar sobre os assassinatos de Menendez." Pessoas do mundo inteiro não se cansavam de Erik e Lyle.
O primeiro julgamento deles foi transmitido — de ponta a ponta — por um novo canal de TV a cabo — a Court TV — de julho de 1993 a janeiro de 1994. Os espectadores do tribunal ficaram instantaneamente viciados na novela da vida real sobre o que acontecia por trás dos portões de uma mansão em Beverly Hills.